[+] Arlindo Cruz - Meu Lugar no YouTube
O meu lugar é caminho de Ogum e Iansã_
Lá tem samba até de manhã
Uma ginga em cada andarO meu lugar
É cercado de luta e suor
Esperança num mundo melhor
E cerveja pra comemorarO meu lugar
Tem seus mitos e seres de luz
É bem perto de Osvaldo Cruz
Cascadura, Vaz Lobo e IrajáO meu lugar
É sorriso é paz e prazer
O seu nome é doce dizer
Madureira, lá laiá
Madureira, lá laiáAh lugar
A saudade me faz relembrar
Os amores que eu tive por lá
É difícil esquecerDoce lugar
Que é eterno no meu coração
Que aos poetas traz inspiração
Pra cantar e escreverAi que lugar
Tem mil coisas pra gente dizer
O difícil é saber terminar
Madureira, lá laiá
Madureira, lá laiá
Madureira
A música “Meu Lugar” foi composta em 2007 por um dos maiores representantes do samba no Brasil, o carioca Arlindo Cruz.
- A canção expressa a sua visão e carinho pelo Bairro de Madureira, que fica na Zona Norte da Cidade Maravilhosa.
Com muito samba no pé, Arlindo Cruz nos mostra todo o conceito que nos faz chamar um lugar de “nosso”, como a identidade, o sentimento de pertencimento e os laços afetivos.
Aliás, o que será que determina essa sensação de casa?
As memórias da infância ou o cheiro de comida ficando pronta? O conforto do lar ou o abraço que afasta todos os problemas do mundo?
Tem gente que diz que o “seu lugar” é onde nasceu. Outros fazem uma viagem pro outro lado do mundo, viram a vida do avesso e descobrem que o avesso que era o lado certo.
Há também quem se mude pra cidade grande, mas sinta falta da roça. Aí volta pro interior, fica com saudade da “selva de pedra”, e descobre que o coração já se espalhou mundo afora.
- Como a Ruth Manus disse em seu texto “o preço alto de viver longe de casa”, a vida de quem inventa de voar é paradoxal, todo dia.
É chorar de saudade porque queria estar lá, sem deixar de querer estar aqui. Em suas palavras, “é ver o céu e o inferno na partida, o pesadelo e o sonho na permanência”.
Pra quem já sentiu saudade de casa enquanto procurava o “seu lugar”, sabemos que a jornada não é fácil. Mas, como somos feitos de lembranças, nosso lar está sempre dentro da gente.